Terra vindimada
A água e o açúcar, embebidos em cápsulas de clorofila,
São fruto da videira e do trabalho do homem.
É a própria terra dando-se em vida.
Cada bago reluzente,
Branco ou negro, faz-se uva,
E não confirma discriminações raciais:
É fruto amadurecido no início de cada Outono.
Os cachos, em unidades estruturais,
De doces e luzidias colectividades de néctar,
São servidos por bagos de suor
Que jorraram da tez dos vinhateiros.
Cada gota salgada,
Reconhecida no paladar de quem a gera,
É a essência necessária à produção do bom vinho,
Que pode perdurar até à eternidade:
No sabor, no prazer e na sanidade.
Na vindima existem proporções,
Directas e indirectas:
Quanto maior a quantidade de suor,
Maior a qualidade da bebida de Baco.
Quanto menor o esforço na apanha da uva,
Maior a generosidade da terra.
Quando a terra fica vindimada,
Não há mais sustento p’ra colher,
A não ser,
Que acção seja sustentável,
Com um esforço louvável,
De garantir ao venturos,
Frutos da terra maduros.
São fruto da videira e do trabalho do homem.
É a própria terra dando-se em vida.
Cada bago reluzente,
Branco ou negro, faz-se uva,
E não confirma discriminações raciais:
É fruto amadurecido no início de cada Outono.
Os cachos, em unidades estruturais,
De doces e luzidias colectividades de néctar,
São servidos por bagos de suor
Que jorraram da tez dos vinhateiros.
Cada gota salgada,
Reconhecida no paladar de quem a gera,
É a essência necessária à produção do bom vinho,
Que pode perdurar até à eternidade:
No sabor, no prazer e na sanidade.
Na vindima existem proporções,
Directas e indirectas:
Quanto maior a quantidade de suor,
Maior a qualidade da bebida de Baco.
Quanto menor o esforço na apanha da uva,
Maior a generosidade da terra.
Quando a terra fica vindimada,
Não há mais sustento p’ra colher,
A não ser,
Que acção seja sustentável,
Com um esforço louvável,
De garantir ao venturos,
Frutos da terra maduros.
Félix Rodrigues
Somos culturalmente da terra do vinho e da uva. Somos gente de vindimas, mesmo que não tenhamos uvas para colher.
Colhemos por vezes frutos que nos embebedam mais do que o próprio vinho.
A vindima marca o fim do Verão, o início do Outono.
Se os Verões se alongaram, as vindimas encurtarão.
Foi apresentado recentemente um estudo, onde se verificou que há uma tendência para que as vindimas se façam cada vez mais cedo.
Em 1978, em França, as vindimas realizavam-se por volta de 16 de Outubro.
Duas décadas mais tarde, 1998, as vindimas francesas iniciavam-se a 14 de Setembro, e este ano, iniciaram-se a 24 de Agosto.
Também por aqui, na Terceira e Pico, as vindimas ocorreram mais cedo.
Se a época das vindimas continuar a regredir, haverá um dia em que a época da vindima se iniciará exactamente no dia em que termina.
Tal poderá querer dizer que haverá vindimas todo o ano, ou o oposto, que a terra ficou vindimada.
O mundo é cada vez menos sustentável, porque queremos colher sem esforço, sem suor, mas tal acção, leva-nos a comprometer a vida dos bisnetos e trisnetos que ainda não tivemos, e que actualmente, não queremos ter, para não sermos apelidados de bárbaros da Era Moderna.
A vindima do futuro, será, tal como agora, fruto da videira e do trabalho do homem, se a fizermos hoje, sustentável.
Colhemos por vezes frutos que nos embebedam mais do que o próprio vinho.
A vindima marca o fim do Verão, o início do Outono.
Se os Verões se alongaram, as vindimas encurtarão.
Foi apresentado recentemente um estudo, onde se verificou que há uma tendência para que as vindimas se façam cada vez mais cedo.
Em 1978, em França, as vindimas realizavam-se por volta de 16 de Outubro.
Duas décadas mais tarde, 1998, as vindimas francesas iniciavam-se a 14 de Setembro, e este ano, iniciaram-se a 24 de Agosto.
Também por aqui, na Terceira e Pico, as vindimas ocorreram mais cedo.
Se a época das vindimas continuar a regredir, haverá um dia em que a época da vindima se iniciará exactamente no dia em que termina.
Tal poderá querer dizer que haverá vindimas todo o ano, ou o oposto, que a terra ficou vindimada.
O mundo é cada vez menos sustentável, porque queremos colher sem esforço, sem suor, mas tal acção, leva-nos a comprometer a vida dos bisnetos e trisnetos que ainda não tivemos, e que actualmente, não queremos ter, para não sermos apelidados de bárbaros da Era Moderna.
A vindima do futuro, será, tal como agora, fruto da videira e do trabalho do homem, se a fizermos hoje, sustentável.
6 Comments:
Amigo.
Obrigado pela resposta e pelo destaque.
Um abraço.
Félix
Beijinho hindyado
P.S.- Curiosamente a vindima na quinta dos meus pais foi esta 6ªfeira que passou.
Boa! E mais não digo, que esgotei as palavras no comentário ao post anterior.
Não sei se tenho muito jeito ;-)
Olha a vindima!!
Fiquei nostálgica.. As vindimas acabaram para mim, desde a morte da minha avó, ha uns anos.. Quem sabe se um dia não volto a carregar cestos..
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