sábado, setembro 09, 2006

DECLARAÇÃO DE AMOR

DECLARAÇÃO DE AMOR I
"- Responda sem pensar: ama a sua mulher?
- Não exactamente.
- E ela ama-o?
- Não, absolutamente. Quando nos casámos, ela disse-me: Gosto de ti, mas não te amo".
- Ora, leu isso em qualquer parte. Queria impressioná-lo e mais nada.
- Não. Espere: ela disse-me que amava outro.
- Disse-lhe quem?- Alexandre da Macedónia.
- Ah, não a julgava tão profissional. Tirou-lhe todas as hipóteses. E um homem sem hipóteses volta-se para os negócios, ganha dinheiro e e é um bom marido.
- Acha?
- Sei muito bem que é assim. Alexandre da Macedónia! Nunca me teria lembrado dele. Um homem morto!
- Não é um homem morto, repare: é um homem com mais de dois mil anos, mas não está morto. Está fresco que nem uma alface e ninguém sabe onde. Não posso nada contra ele. "

DECLARAÇÃO DE AMOR II
"- Gosta tanto de mim?
- Bem...são feitios . Eu amo mais a chuva do que o bom tempo. E o canto do galo do que o do rouxinol."

Excertos de Party, os diálogos escritos por
Agustina Bessa-Luís para o filme de Manoel de Oliveira

Há mais aqui

magarça

2 Comments:

Blogger magarça said...

obrigada pela visita e pela referência. Os diálogos e a foto ficam bem sobre o fundo negro.Não sei o que se passa com o meu link, mas aqui fica o endereço para que remete: contosexemplares.blogspot.com

setembro 09, 2006  
Blogger Cleopatra said...

Olá Zeca!
Agora que te encontrei...

Diálogos deliciosos...

Também me apaixono por gente desta... Fred Astaire, aquele lingrinhas... Uma paixão assolapada. Um dia deste conto a hsitória no meu Blog.
Bjito.

setembro 10, 2006  

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